sábado, 3 de dezembro de 2016

Quando chega a hora de parar?

O mundo do esporte ainda impactado pela tragédia com a equipe da Chapecoense que por muito tempo deixam todos os esportistas tristes pela fatalidade, não teve tempo ainda de assimilar um outro grande acontecimento: a aposentadoria do campeão mundial de Fórmula 1 , Nico Rosberg.

Um atleta sabe exatamente até pode ir.

O que leva um atleta no alge de sua carreira deixar as competições?


  • Cansaço - sim, competir cansa. Cansa o corpo e principalmente a mente. Viver em alta performance exige dedicação e foco 100% do tempo. Não oferece ao atleta nenhuma chance de pensar em relaxar. E quanto mais alto você chega na carreira, quanto maiores são os seus títulos, mais os detalhes vão exigir de você. E uma hora você cansa e pára.
  • Pressão familiar - Todos nós começarmos a nossa carreira (atlética ou profissional e claro, profissional como atleta), saindo dos braços da família e solteiros. Você estuda, se dedica, ganha, perde e conquista o seu espaço. O coração cresce e abre espaço para uma pessoa que te ajuda a suprir carências afetivas e completar o seu desenvolvimento emocional. Certamente terão frutos, que nascem muitas vezes num turbilhão de treinos, viagens e competições.
    O que você prioriza? Se você não passou por isso não saberá o que é responder essa pergunta. E não tem resposta certa.
  • Realização de seus objetivos - Um atleta sabe exatamente onde quer chegar. São anos se desenvolvendo para chegar a performance máxima. Durante esse tempo o atleta sabe onde pode chegar e quando chegar, sabe perfeitamente se chegará novamente a este ponto.
    Se chegou, ele tem a opção de continuar e conviver com a história que escreveu ou parar e manter-se literalmente no alge, eternizando a imagem de campeão.

Tão importante quanto saber começar e saber parar. Saber jogar, arriscar, ganhar, perder e saber quando você já teve todo o lucro possível é uma arte que se aprende com os anos.

Cleiton de Castro

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Competir #01 As primeiras vezes são as mais importantes

Adoro competição. Quem não gosta?

É perfeitamente compreensível que pessoas não gostem ou não tenham interesse em competir. Um dos motivos é que as pessoas tem comportamentos diferentes. Tem pessoas que não se sentem confortáveis em competir, tem pessoas que só pensam nisso!

Reflita: será que todos os meus alunos tem perfil que se adaptem às competições? Será que seus pais querem isso para seus filhos? Estou certo que você como professor vai saber como descobrir isso. E vai se preocupar com algumas decisões e escolhas que tem feito!

Ponto inicial - Você é um professor, não um técnico! Você tem alunos/clientes e não atletas. Alguns deles são e serão aptos um dia a competir em alto nível. A maioria deles nunca conquistará nada além de faixas!


Você já pensou nisso?

E mais: como você lida com vitória e derrota? O quanto você (professor) compete ou competiu? Quantas vezes você trilhou por esse árduo caminho?

Mas se você entender plenamente o que é competir, saberá usar isso como uma ferramenta poderosa de aprendizado. Claro, se você é um cara diferenciado!

Antes da competição, vamos pensar que existe um momento muito importante para os pais - permitir que minha filha participe. E aí o primeiro aprendizado aparece, aceitar o desafio.

Na maioria das vezes os professores intensificam os treinos visando que seus alunos tenham uma boa participação no evento, e aí mais dois aprendizados - dedição e empenho.

Será que um pai ficará mais seguro quando você explica que você está ajudando ele na formação de sua filha trabalhando esses valores e comportamentos?

E o dia de competir está chegando e com isso mais uma aprendizado : controle da ansiedade. Só de escrever sobre isso sinto o friozinho na barriga. Transformar isso em uma reação positiva passa pela mão do professor.

E chega o dia da competição.

Na maioria das vezes, as primeiras as competições são regionais, entre academias, onde a maioria dos inscritos são faixas coloridas e crianças. Uma grande festa!


E mais um grande oportunidade: interação pai e filha. interação entre pais. Convívio em família! Que momento importante!

Lembro como se tivesse acontecido ontem o meu primeiro campeonato. Foi em São Vicente, um torneio organizado pelo sensei Djalma (Shorin-Ryu). Quase um pique-nique, com lutas e katas como entretenimento. Claro, perdi a primeira luta!

Independente do resultado um valor importante do esporte e olímpico deve ser cultivado - o importante é competir.

Será sempre
muito difícil explicar para uma criança que a outra foi melhor. Corta o coração, mas é importante ensinar o processo de perda e ganha, desempenho, resultados e consequência.

É um processo, muitas vezes longo e na maioria das vezes muito importante para a formação do caráter do futuro adulto.

E para adultos? Pode ser o impulso para uma dedicação maior aos treinos, maiores resultados em qualidade de vida e bem estar, e claro, quem sabem, de uma medalha.




ShotoWorld Cup - JKA. 37 países, 1000 atletas. Meu primeiro mundial. dediquei 1 ano da minha vida para conseguir participar da primeira seleção brasileira medalhista em um mundia da JKA, feito conquistado em Paris,1998.

Todos os campeões mundiais passaram pela primeira competição. Ganhar uma medalha ou ser campeão é apenas um detalhe para um processo tão importante que é a formação do caráter e dos valores.

Forme campeões para a vida. Quem sabe um deles opte ser um campeão nos tatames também?


A maior medalha ou troféu para a sua carreira são as pessoas que você ajudará a formar para o mundo.
Bons treinos.

Cleiton de Castro.